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  • Foto do escritorRamy Arany

Como lidar com a ansiedade e frustração no isolamento

Atualizado: 14 de abr. de 2021


Neste momento em que estamos vivendo uma grande transformação na nossa vida em todas as suas áreas, por conta da pandemia do Covid-19, mais do que nunca estamos lidando a todo tempo com sentimentos de frustração e ansiedade. Isto tem aumentado consideravelmente em razão de querermos controlar o que não tem controle e querermos resolver o que não temos condições para isto.

A questão é simples: existem coisas na vida que temos o poder para resolver e outras não. Mas o que está em meu poder resolver e o que não? Como eu identifico isto? Estas são as perguntas que rapidamente nos fazemos quando paramos para pensar nesta questão.

Vamos entender que o que está acontecendo no mundo todo neste momento é algo que não temos o controle sobre e nem temos o poder para resolver, porque não se encontra na nossa origem pessoal, é muito maior, embora estejamos sentindo e sofrendo os impactos causados pela própria situação. Desta forma, é necessário que prestemos atenção no que está na nossa dimensão pessoal, ou seja, o que está no alcance pessoal, o que se encontra na minha origem e que posso e devo resolver.

Uma grande modificação de hábitos, costumes, valores e de estrutura de vida nos atingiu de forma repentina e está nos desafiando o tempo todo. A relação com o trabalho, dinheiro, família, filhos, casamento, com o social, convivência, lazer, dentre outros, exige de nós um olhar diferente e uma postura que seja adequada a este momento de conflito, dúvidas e incertezas.

A primeira sensação é querermos nossa vida de volta!

O primeiro impulso é rejeitar a situação e desejarmos controlá-la. Isto aumenta nossa ansiedade e nos projeta a frustrações porque não conseguimos atingir o que queremos. Isto faz com que nossa força e capacidade de reagir positivamente diminua e se transforme em desânimo, confusão emocional e mental. Mas como resolver isto?

Primeiramente, aceitando a realidade que se apresenta neste momento e, em seguida, observar o que podemos resolver e o que não.

Ninguém está vivendo uma vida “normal”. Todos estamos sobre pressão, sob estresse e precisamos acolher nós mesmos e as dificuldades do outro também. Isto inclui, por exemplo, as crianças, que também estão reagindo de acordo com suas emoções e impressões, e que muitas vezes se manifestam em forma de irritação, tristeza, agressividade, hiperatividade, medos, dificuldades para dormir, comer e sensações de aprisionamento. Gostaria de abrir um pouco e falar sobre isto.

As crianças desde o nascimento já são inseridas num sistema de vida que as desenvolvem para passarem longos períodos fora de casa, nas creches, berçários, escolas, com parentes, babás, etc. A maioria mora em apartamentos que nem sempre são espaçosos, com isto são acostumadas a passear, viajar, dormir em casa de amigos, etc. Não estão acostumadas a passar longos períodos em casa nem longos períodos na companhia dos pais de forma contínua como agora. Elas sentem os impactos desta condição imposta pela necessidade de preservar a saúde e a vida neste momento. É necessário acolher as crianças e ajudá-las a lidar com suas frustrações e ansiedades.

Outro ponto muito importante é o desapego do que não podemos resolver, principalmente o que se encontra na origem do outro. Entenda que nós só podemos resolver o que se encontra na nossa origem. Orientar, inspirar, conversar, contribuir positivamente para com o outro é importante, mas só o outro é que pode dar o passo. Nós caminhamos com os nossos pés e damos cada passo com nossa força. Ninguém caminha pelo outro.

Como podemos perceber, estas áreas acima citadas são as que mais precisamos colocar nossa força para podermos transformar e, assim, construir uma nova estrutura para viver em equilíbrio e harmonia.

Ramy Arany




Texto escrito para o blog Mamis na Madrugada

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