É necessária a consciência de ser a nova mulher do futuro, no hoje!
03/07/2020
por Ramy Arany
A cada dia os índices de pesquisas apontam para um crescente contínuo da presença feminina em todas as áreas de nossa sociedade. Assim, mais e mais mulheres ocupam vários cargos e exercem suas competências de acordo com eles. Contudo, as pesquisas apontam que o índice da mulher na liderança ainda é pequeno se comparado aos homens, significando que na nossa sociedade, embora a presença da mulher seja crescente em todas as áreas, a liderança como um todo, ainda é competência masculina.
Ouvi um comentário certa vez, que falava que as mulheres eram excelentes “executoras”, ou seja, fazem as coisas que necessitam serem feitas, enquanto os homens são os “gerenciadores”, os que “comandam”, “os que lideram” todas as coisas que são feitas. Se pensávamos que esta história do homem mandar e a mulher fazer era coisa de um passado já ultrapassado, estamos enganadas. Os fatos e situações mostram que isto ainda é muito presente em muitas culturas e sociedades.
Hoje, muito desta ideia retrógrada já é agregada ao reconhecimento da capacidade feminina para exercer várias competências em múltiplas dimensões, onde é visível a capacidade da mulher em ser “multi mulher”, pois o sexo, até poucas décadas chamado frágil, consegue lidar com várias situações ao mesmo tempo sem perder o foco e a visão do todo. Esta capacidade de lidar com várias situações e sustentar vários papeis ao mesmo tempo é assunto muito discutido e também foco de várias pesquisas científicas e psicológicas. Porém, o que é que a mulher tem que lhes permite ser assim: “multifuncional”, “multiprofissional”, “multipessoa”, “multimãe”? Só isto já dá para pensar que a mulher é “multi” em tudo.
Posso dizer como resposta que o que permite à mulher ser tão completa em si mesma, tão profunda e tão ampla em sua capacidade de se expressar e de manifestar suas ações é sua força feminina, que na sua natureza é gestadora, no sentido de construção. Desta forma, a partir deste entendimento, nos é possível compreender que o mistério do poder feminino é uma força que é natural, pois se encontra em toda a natureza.
Assim, a mulher é como a natureza que também pode ser reconhecida como “mulher”, pois é “mãe”, portanto feminina. A mãe-natureza é “multi” em tudo, pois sua força é presente em tudo ao mesmo tempo, pois na natureza, a árvore não para seu ciclo de crescimento para que a montanha possa crescer. A natureza é contínua em seu todo e consegue manter-se sustentada mesmo exercendo todas as suas funções, que reconheço serem múltiplas. A mãe natureza gesta e pare ao mesmo tempo de forma contínua para que nossa existência seja sustentada, e assim são as mulheres, por isto são capacitadas para sustentarem muitas coisas ao mesmo tempo.
Num tempo ancestral as mulheres eram muito próximas à mãe-natureza e vivam de acordo com as leis naturais; eram muito respeitadas e tidas como sábias e sagradas, onde exerciam a liderança e conduziam a vida de seus povos. Naquele tempo era reconhecido o poder natural da mulher como uma herança materna: o comando natural.
Pensando que a natureza é nossa origem e sendo “mãe” é feminina, posso dizer que a liderança feminina é a origem, e que esta origem é natural. Desta forma, penso ainda que as mulheres são as grandes líderes que se abrem naturalmente para a passagem através de si mesmas da continuidade da vida e da existência, pois afinal todos nós homens ou mulheres nascemos do ventre da mãe, fomos nutridos pelo leite da mãe e aprendemos os primeiros passos e as primeiras palavras através de seu comando. Por mais que se questione, a liderança natural é feminina.
Infelizmente, hoje a maioria das mulheres está afastada da natureza, da mãe, do feminino, da maternidade e da capacidade gestadora natural e pensa que necessita ser igual aos homens para poder mostrar suas capacidades e provar que é capaz de liderar, conduzir, direcionar, sustentar e nutrir. Por que a mulher precisa se masculinizar e competir pelo lugar que pela lei natural da origem é de seu natural direito?
Competição e disputa é tendência masculina que os homens de hoje herdaram dos ancestrais mais primitivos, não é essência feminina, pois a mulher é agregadora, é sustentadora, é comunicadora, é nutridora e possui uma grande capacidade de ver a parte e o todo o que lhe dá também as condições de ser grande empreendedora e excelente planejadora. As mulheres, contudo, necessitam se despertarem para seus verdadeiros talentos naturais e com isto, reconstruir a imagem do feminino através da “força feminina” para assim retornarem a liderança à sua origem: o feminino.
Você, mulher, é como a natureza: mãe, nutridora, sustentadora, impulsionadora, amorosa, paciente, persistente, visionária, agregadora e contínua. O mundo se move e é sustentado pela força das mulheres, que por centenas de milhares de anos nunca se cansaram de ser as “multimulheres” de cada ciclo de tempo. Finalizando, deixo como reflexão: Qual é a sua parte dentro desta força feminina? Qual é a sua missão como mulher, como líder e principalmente como líder de si mesma neste novo ciclo de retorno à origem, ao feminino?
Muito bom esse artigo!
Reconhecer o feminino como consciência e desconstruir que a mulher é inferior é papel de toda mulher dessa nova era!
Que nós nos unamos e que consigamos despertar em nós a grande sabedoria da natureza!
Gratidão, Ramy Arany.
Verusca